Sobre a Sandy e o meu momento

Lu Mastrorosa
2 min readJun 13, 2020

Tava na hora de escrever de novo, aqui. “Eu lutei contra tudo, eu fugi porque era seguro”. Estou com 41 anos de idade. Nunca dei a menor bola pra Sandy. Achava cafona, até.

Pois, veja só, na quarta década da minha vida, passei a apreciar algumas músicas dela.

Ouvi a live de quarentena, de Dia dos Namorados. Chorei com “Pés Cansados”. Gostei. Me perguntei: o que diabos aconteceu comigo? Não sei.

“Depois de tanto caminhar, depois de quase desistir”. Quero perguntar a você, que me lê agora, tá fácil por aí? Porque aqui tem sido difícil.

Sabe aquelas estradas cheias de pedras? De carro ou a pé, dói. O carro sacoleja. Os pés sentem as pedras, mesmo bem calçados com tênis reforçados, com amortecimento e tudo e tal. Dói.

Mas não é disso que eu queria falar hoje. Queria falar da imensa capacidade que nós, seres humanos, temos, de nos reinventar. Todos os dias, um dia após o outro.

A caminhada é longa e tem erro, tem mágoa, tem cobrança, tem vingança, tem dor, tem amor, tem coisas bonitas e pequenas, coisas bonitas e grandes. Taça cheia, taça vazia. Coração cheio, coração vazio.

“E todo o medo, desespero, e a alegria”. A Sandy tá cantando aqui no meu Spotify. E eu nem sinto que devo pedir desculpas por meu bom (ou mau) gosto musical porque, enfim, gente como eu encontra ressonância em música, poesia e arte.

É disso que sou feita. Mesmo que a música de hoje caia mal aos seus ouvidos. Não peço desculpas. “Isso vai passar também”.

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